Imaginem a situação: eu estava na praia do flamengo, acompanhando o projeto botinho do GEMAR ( o projeto botinho acontece em janeiro todo ano), junto com a minha mãe e meu irmão. Eles fazem divisões por idade entre as crianças e as colocam em turmas com orientadores, ou instrutores sei lá, dos bombeiros. Tem o Golfinho (onde o meu primo Erick(7), Guilherme(8) e o amiguinho Vinicius(6) se divertiram muito), tem o Moby Dick ( foi aí que o meu irmãozinho Pedro (11) decidiu que ia virar bombeiro.) o Tubarão e a turma dos especiais. Tem as sereias ( Minha mãe e outras fazem parte desse grupo criado especialmente para dar razão ao tempo que as mães aguardavam seus filhos na praia enquanto a programação dos bombeiros não acabava ) e os ouriços ( para os pais). E os penetras (nessa categoria se encaixam eu a tia Jô, Mãe do Guilherme) que acompanhavam as atividades de vez em nunca mas dava ás caras de vez em quando.
Agora sim: Praia do flamengo ás sete e meia da manhã nas férias. Você não consegue imaginar mesmo como tem gente ( a não ser que você seja do botinho, ou more ali e seja viciado em praia) correndo, tomando banho de mar. Bom foi isso mesmo que eu pensei quando cheguei lá. E vou te dizer : pra mim, o cenário do flamengo é dos mais bonitos do Rio. as pessoas só preferem Ipanema pela cia e porque a água é mais limpa. Se não fosse a contaminação por esgoto, o "Brejão" seria imbatível!!! E era isso mesmo que eu estava pensando enquanto fazia um "trotezinho" com as outras sereias pela areia e ouvia elas cantarem uma música assim :
"eu quero me casar
mas não acho com quem
casar com homem feio
homem feio não convém
Não convém, não convém
homem feio não convém
eu não quero me espantar
com a feiúra de ninguém"
"eu quero me casar
mas não acho com quem
casar com homem gordo
homem gordo não convém
Não convém, não convém
homem gordo não convém
eu não quero me afogar
com a gordura de ninguém"
"eu quero me casar
mas não acho com quem
casar com homem magro
homem magro não convém
Não convém, não convém
homem magro não convém
eu não quero me espetar
com a ossada de ninguém"
"eu quero me casar
mas não acho com quem
casar com homem belo
homem belo não convém
Não convém, não convém
homem belo não convém
eu não quero me espetar
com a galhada de ninguém"
Enfim, a música era engraçada e ajuda mesmo a marcar o ritmo da corrida/caminha/trote. Eu continuava quieta na minha, feliz e contente pensando em como aquele mar é sujo, e as crianças bebem agua e comem a areia da praia até que minha amada mãe com a melhor das intenções me alertou sobre uma conversa atrás de nós. Uma senhora reclamava da Nora preguiçosa, que sequer lavava a xícara de café. "Ah eu vou pegar os dois. eles me pagam" e "vão comer o pão " e etc. comentários desse tipo faziam algumas amigas morrerem de rir e as outras companheiras incentivavam mais manifestações desse tipo. Minha mãe ficou horrorizada .... com a Nora da "sereia". e eu fiquei horrorizada............ com minha mãe! Eu estava feliz e contente correndo pela praia,cantando musiquinhas sem sentido e sentindo como a brisa do mar não muda mesmo que esse seja contaminado, vendo os reflexos do Sol e me deleitando com a perfeição da natureza diante do descaso do homem, rindo dos pirralhos correndo e pagando flexões pela praia. Minha trilha sonora de ondas, perfeitamente sintonizada com os meus pensamentos sobre natureza e tudo o que é belo e bom, foi bruscamente interrompida pelo horrível trilha sonora de gralhas entusiasmadas. Uma contaminação sonora. Mas que acabou com as minhas reflexões da manhã. E a culpa foi da minha mãe. Ela queria me dizer para não ser uma nora tão ingrata no futuro como a outra nora estava sendo.
enfim... tudo isso é só pra dizer... Amem as suas sogras. Não se deixem contaminar por nada ao seu redor. Visual ou sonoro pode acabar com momentos esquizofrênicos tais como os descritos acima.
Agradeçam a Deus pela Natureza perfeita e pelo que restou dela.
Um abraço ( cheio de energias ecológicas)
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