terça-feira, 3 de agosto de 2010

Propaganda é a Alma do negócio

Olá caros Leitores (os cinco sobreviventes),

Este é um post comentado de um post de outro blog que recebi por email. Gostaria de poder dizer que farei uma análise coerente e justa sobre todos os aspectos tratados no texto. Mas a verdade é que só um aspecto me interessa dessa vez. No próximo post, colocarei o texto brilhante de Reinaldo Azevedo para o deleite de vocês.

Para familiarizar os amigos leitores segue a introdução do próprio Reinaldo Azevedo.

"O Fantástico levou ontem,(01/08), ao ar uma longa reportagem que fez a defesa sub-reptícia da legalização do aborto, embora não se tenha tocado nessa expressão em nenhum momento. Escolheu-se o chamado método do terrorismo didático: convencer pelo horror. Câmeras escondidas flagraram clínicas clandestinas e carniceiros variados para evidenciar que, proibido embora — exceto em caso de estupro e risco de morte da mãe —, o aborto é feito à larga. O corolário restou subjacente: se é assim, a proibição é uma hipocrisia e se legalize de vez a prática para preservar a saúde das mulheres. A tese é ruim. Que outras ilegalidades deveriam ser tornadas legais já que a gente não pode mesmo coibi-las totalmente? Levada a tese ao limite, em vez de combater os criminosos, as sociedades deveriam legalizar o crime. Tudo seria da lei. Voltaríamos ao estado da natureza. E deixo de barato que a defesa da “saúde da mulher” ignore, no caso, a vida do feto."

Nesse caso, vou agora explicitar meu interesse pelo post. Não que Reinaldo Azevedo não tenha escrito brilhantemente sobre a prática do Aborto no Brasil, sobre a defesa a vida e outros. Entretanto, em anos de leitura, raramente se fala sobre um assunto silencioso e desconhecido : o pânico moral. Então,  meu objetivo é retirar do texto de Azevedo as informações que sugerem esse movimento na mídia brasileira, e perceber se somos realmente capazes de identificá-lo. Eu, sou estudante , e mesmo assim não me vejo plenamente capaz de fazê-lo. Exemplifico também que pessoas que eu admiro intelectualmente raras vezes percebem o ocorrido, antes de tomarem uma posição sobre o assunto.

 Neste ano, já vimos acontecer uma vez : o caso dos padres pedófilos deixou a mídia em polvorosa. Para continuar segue uma outra citação do texto de Azevedo :"Mas o mais constrangedor da reportagem, depois do método didático-terrorista, é a manipulação desajeitada de supostas estatísticas ou pesquisas,....(Uma em cada cinco mulheres já fizeram aborto no Brasil). De onde saiu tal formulação?"

A resposta veio a seguir. A pesquisa foi feita pela UnB. A antropóloga  Débora Diniz, se apresenta exatamente como as pessoas de bem desejam ver um cientista, ou um pensador. Fala bem, porta-se admiravelmente e joga na nossa cara informações absurdas. Para os menos avisados tudo parece  certo, e a mulher passa desapercebida de intenções que não sejam as que apresentou. Mas até a apresentação de sua pesquisa não é livre de preconceitos, exatamente como a entrevista recente dada pela Ministra Dilma Roussef. Esta,classificou o Nordeste como um lugar á parte do Brasil, e portanto desclassificou os nordestinos. A Outra, Débora, Antropóloga, decidiu que todas as mulheres do "Brasil Rural", são analfabetas. Não se sabe as notas de Debora durante a graduação em antropologia, ou seja lá o que, mas no que diz a estatística, ela colou. Nenhuma amostragem pode ser feita desse jeito. Toda amostra a ser pesquisada deve constituir uma parte representativa do todo. Se ela exclui regiões, aleatoriamente, a pesquisa dela não pode ter o valor científico a que se propõe.


"Não sabemos que medicamento é esse. O que isso significa? Um tremendo impacto na saúde pública brasileira. Quem é essa mulher que faz aborto? Ela é a mulher típica brasileira. Não há nada de particular na mulher que faz aborto”.

Em verde , é um trecho da fala da própria Débora. "Não sabemos que medicamento é esse". É só perguntar em uma farmácia que você descobre. Não precisa perder muito tempo. Você vai lá e pede "pílula do dia seguinte", ou chora e diz pro farmacêutico que você está grávida que ele vai resolver o problema. Com certeza ele sabe quais princípios ativos fazem o estrago mais bem feito. Não cito aqui o nome do remédio para não fazer propaganda.

Isto é realmente um tremendo impacto na saúde brasileira. Estamos ficando cada vez mais velhos (já que os nascituros estão evidentemente desprotegidos), promíscuos (pois só dá pra engravidar de um jeito), boêmios e doentes. Ou para alguém parece saudável matar uma criança? Parece saudável a prática do aborto, mesmo legalizado? Não é como fazer uma corrida nos fins de semana, que você fica cansado com a língua de fora e correndo o risco de arrebentar um tendão, sofrer estiramentos e etc. Isso é recuperável. Cada fim de semana de corrida pode vir a ser substituido por outro. Não se pode recuperar uma vida que já se perdeu. Não é facil recuperar a mulher que faz um aborto. Muitas mulheres abortam porque acreditam piamente que este é o único caminho. E depois passam a vida pensando como teria sido se não o tivessem feito. Psicologicamente, essa mulher é doente. Fisicamente o corpo adoece também, aos poucos.

 "Quem é a típica mulher brasileira" ? Eu achei que a resposta seria : Mulher, de 19 a 45 anos, 1,70m . Não dá pra saber se é branca, o peso, o que come, qual a sua cultura e etc. Ou talvez fosse : a mulher bonita e alegre que acolhe a todas as gentes, como no filme de apresentação da copa de 2014. Nunca pensei que a mulher brasileira tivesse um rastro de horror tão grande.

"Não há nada de particular"? Sem comentários á isso.

Então de volta ao pânico moral. Veja como Azevedo prova a diferença de informações , e a manipulação estatística feita pela mídia e a que estamos sujeitos todo o tempo. :

"7 - O que a doutora Débora entende por “mulher típica brasileira”? Ainda que fosse verdadeiro o chute de que uma em cada cinco mulheres entre 18 e 39 anos já fez aborto, isso significaria, então, 20% do total. (sic) a “mulher típica” é aquela dos 80% que não fizeram, certo? Por mais que a senhora tente transformar o aborto numa banalidade como “me passa o açúcar”, ele continua, até na sua pesquisa, uma exceção."


Compare as duas informações :
- uma em cada cinco mulheres já fez aborto. 5 milhões e 300 mil mulheres já fizeram aborto.
- 20 por cento das mulheres de 18 a 39 anos já fez aborto. 5 milhões e 300 mil mulheres já fizeram aborto.

Veja bem que truque maravilhoso. Olhando de um ângulo um pouquinho diferente .... o aborto não é assim tão difundido não é mesmo? Isto é a maneira mais fácil de colocar a população em pânico. E é a isso que se chama pânico moral. Inserir informações vazias de  sentido, que confirmam apenas o que queremos, que no caso é favorável a uma prática abominada pela sociedade brasileira.
E o "Fantástico" continuou pela mesma linha. Azevedo aí estava para nos mostrar o perigo e identificou, maestralmente uma informação digna de aplausos. Seja aplaudido de pé: 

Informação do Fantástico : “Entre 1995 e 2007, a curetagem depois do procedimento de aborto foi a cirurgia mais realizada pelo SUS: 3,1 milhões de registros”.

 3,1 milhões de curetagens em 13 anos dão uma média de 238.461 procedimentos por ano. Atenção! Perguntem a especialistas da área e eles lhes dirão: 25% das gestações resultam em abortos espontâneos. Nascem, por ano, no Brasil, mais ou menos 2,8 milhões de crianças.

Vamos supor, meus caros, só para efeitos de pensamento, que não houvesse um só aborto provocado no Brasil: aqueles 2,8 milhões seriam apenas 75% das gestações — ao todo, elas somariam 3,73 milhões. REITERO: VAMOS FAZER DE CONTA QUE NÃO EXISTEM ABORTOS PROVOCADOS. Ora, só os abortos espontâneos chegariam, então, a 930 mil por ano. Como INEXISTE NOTIFICAÇÃO NOS HOSPITAIS PARA DISTINGUIR CURETAGEM DECORRENTE DE ABORTO ESPONTÂNEO DE CURETAGEM DECORRENTE DE ABORTO PROVOCADO, chega-se à conclusão de que os quase 240 mil procedimentos po ano são um número “espantoso”, sim, Fantástico: ESPANTOSAMENTE BAIXO!


E o melhor de tudo. Algo que eu pulei de alegria ao ler e que me faz ter vontade de abraçá-lo mil vezes "
"O número significa ainda mais — e mais grave: o SUS não tem, então, estrutura para atender nem mesmo os casos de abortos espontâneos. Imaginem o que poderia acontecer, então, com um aumento da demanda em caso de legalização."


Obrigada Reinaldo. Pais e Mães, prestem atenção. Quantas vezes já se ouviu que pessoas morrem nas escadarias do SUS, nos corredores por falta de equipamento, remédios e etc. Imagine você com uma perna quebrada, Tripas de fora, um tiro ou facada, tendo que ceder a vez para uma jovem completamente saudável, disposta, e grávida  para ocupar a sala de cirurgia. Veja bem, porque é isso que vai acontecer. Poque se as grávidas forem abortar pelo SUS e entrarem no sistema de saúde, quando eles finalmente reservarem uma sala de operações a mãe estara lá pelos seus nove meses de gestação.Então o mais provável é que você deva ceder o lugar.  E outra, eu acabei de receber uma mensagem sobre o transplante de Órgãos no Rio de Janeiro onde um homem esperava um fígado a ser tranplantado, recebeu a doação do órgão e perdeu a oportunidade de se ver restabelecido por falta de equipe médica. No Hospital do Fundão. Imagine nos outros açougueiros.
Sempre vale a pena pensar duas vezes antes de falar ou opinar. Caros amigos e leitores, desculpem as ironias ao longo do texto, sei muito bem que o sarcasmo não agrada nem atrai ninguém. Se fez necessário por ora. Mais uma vez, agradeço ao Reinaldo Azevedo pela pérola. Ela é completamente acessível em seu blog.

http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/

Um grande Abraço ( Cheio de VIDA)

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