Mas tem coisas que só a paixão e o amor ferido ensinam. A paixão te ensina a se entregar independente dos medos. As feridas do amor te trazem de volta a realidade. Quase sempre isso acontece acompanhando um balde de água fria, uma bacia com todos os seus medos e a banheira onde você vai submergir de tudo isso. A vida sorri para os fortes? Não. A vida sorri dos que sobrevivem á banheira. Muita gente comenta que terminar um relacionamento é um "oceano de emoções" .... blá! Terminar um relacionamento são dois dedos de água. O problema é que vc já tem mais coisas pra se afundar, coisas que vem a tona na marola. E deitado sem reação... vc vai se afogar. Não importa quantos relacionamentos já terminei nessa vida : todos eles me fizeram deitar na banheira de barriga pra baixo. Parecia pra mim, que cortar o oxigênio ia fazer a dor, o choro, o medo passarem mais rápido.
Funcionou muito tempo, ate eu perceber que sem oxigênio eu buscava relacionamentos de curto prazo logo em seguida. Me unia a pessoas que me faziam mal, encontrava "parceiros" de farra e tudo mais e afastava os amigos de verdade. E quando eu finalmente respirava, via o estardalhaço do banheiro : água pra todo lado, e eu ofegante.
Você já experimentou esse sentimento : tentar respirar desesperadamente e não conseguir? É como tentar pegar algo muito pesado com as unhas. É Frustante e ineficaz. Imagina isso na sua vida?
Agora vc esta pensando : ei, mas essa gata (rsrsrs) precisava mesmo zonear tanto antes de seguir com a vida?
A resposta pra isso : não. Não precisava. Mas eu achava normal. achava que assim que as coisas deviam ser. Um modelo muito difundido na TV e filmes, onde a pessoa chora de se acabar e se não corta os pulsos inibe as emoções com álcool ou drogas. Até que um dia eu decidi tentar de um outro jeito. Ao invés de deitar de bruços na minha banheira de medos, frustrações e esperanças não completadas eu escolhi perguntar a Deus o que fazer.
Na Boa? A resposta dele foi : respire. Continue respirando. Respire de novo e de novo.
E o meu dialogo com Deus foi daquele tipo : mas vai doer. Vai entrar água nos meus pulmões, e eu vou morrer ! (porque eu sou dessas dramáticas ate com Deus).
E ele continuou dizendo : respire.
Cara. Caraaaaa.... Foi dramático. Porque minha banheira estava cheia. Mas foram as minhas lagrimas, lagrimas que traziam vida para o que parecia morto, lagrimas da esperança de voltar sabe se lá pra onde, de ser o que Deus quis, lagrimas de vontade renovada e forças restauradas que saíram da confiança em Deus que fez tudo transbordar. Deus fez o que só ele pode fazer : me ajudar no que parecia impossível. Nesse momento eu percebi : vc não precisa ficar de bruços e cortar o oxigênio.
Isso não quer dizer que a alternativa é menos dolorosa. Porém, faz bem menos bagunça. suja menos e vc não sai toda roxa de tanto se debater. Quando nos afogamos em emoções, se debater é a reação natural. Quando resolvemos esperar quietos, em Deus, que a banheira transborde, vc só sai de lá molhada e amada. Claro, que na situação de um termino de um relacionamento como o meu caso, a boa noticia, é que se vc pedir a Deus também, em breve alguém com uma toalha aparece pra te ajudar. E você que já se molhou na graça de Deus, pode recomeçar.